Fábio Melo* Os alagamentos de maio no Rio Grande do Sul foram a maior tragédia climática de nossa história. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas, perderam suas casas, seus bens e houve mortes. Décadas de trabalho, dedicação e investimento foram, literalmente, por água abaixo. Diante dessa situação, ficou evidente a importância crucial do planejamento urbano. Desde as Reformas de Base do governo trabalhista de João Goulart, no início da década de 1960, o desenvolvimento das cidades nunca foi prioridade de qualquer governo no Brasil. Por isso quem realmente manda nas cidades são as grandes empresas capitalistas, as incorporadoras e sua especulação imobiliária. Embora haja um "Estatuto das Cidades" de 2001, são essas grandes empresas que dominam o espaço urbano e determinam onde se pode ou não morar, e em quais lugares deve ou não haver infraestrutura para essas moradias - que são seus "empreendimentos". E quais são essas grandes empresas? Melnick Even, MRV, Tenda