A FARSA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Fábio Melo*
A pauta atual da política econômica e social do país é a famigerada “reforma” da previdência do governo Bolsonaro (PSL). No campo dos favoráveis a reforma, as narrativas beiram ao absurdo, não são nem um pouco sensatas. Não levam em conta as mais variadas estatísticas sobre a desigualdade em nosso país.
Mas essa relação o conglomerado midiático brasileiro (aliada pontual do governo na questão da previdência) esconde do povo brasileiro. Prefere passar a imagem de que sem o fim da previdência pública, o Brasil vai ser manter endividado (mas não dizem a origem desta dívida, que mostramos acima)2. A população encara isso como ruim, pois ninguém quer se endividar; então pensam “melhor o governo não se endividar e gastar mais com saúde, educação e segurança” - enxergam apenas a superfície do problema e não sua raiz. É assim, as vezes de forma muito sutil, que as empresas da mídia querem passar a imagem positiva da “reforma da previdência”. Também não é a toa cada vez mais programas sobre homens e mulheres que passaram dos 60 anos e trabalham, estudam, e vivem a vida com vigor3.
A pauta atual da política econômica e social do país é a famigerada “reforma” da previdência do governo Bolsonaro (PSL). No campo dos favoráveis a reforma, as narrativas beiram ao absurdo, não são nem um pouco sensatas. Não levam em conta as mais variadas estatísticas sobre a desigualdade em nosso país.
Os
defensores desta reforma (leia-se destruição) usam argumentos
revestidos de termos técnicos, narrativas “ousadas” para dizer
que a Previdência do jeito que está é insustentável. É típico
da direita ter um discurso tecnocrata para justificar suas
barbaridades, pois esse tipo de discurso acaba escondendo das
pessoas, que não tem um certo tipo de conhecimento, a verdade
perversa.
Se
por um lado o Brasil necessita de uma reforma, é óbvio que não é
da forma que está sendo proposto pelo Governo Federal. O que o
governo propõe é uma FARSA! É uma farsa porque esconde o
verdadeiro problema do Brasil, que é nossa subserviência ao sistema
financeiro, que tem se mostrado perverso e prejudicial até mesmo
para o funcionamento do capitalismo brasileiro.
Pense
bem, imagine fazer uma reforma em uma casa. As bases da casa estão
em ruínas. As paredes internas caindo aos pedaços. Mas na hora de
“reformar” se troca apenas do telhado. A casa vai cair e o
telhado novo resplandecendo sobre as ruínas. É mais ou menos assim
que o governo propõe a “reforma” da previdência.
O
mais sensato, republicano e justo seria, antes de qualquer reforma da
previdência, colocar no debate político a questão da dívida
pública e seus juros que consomem de forma descarada os recursos do
nosso país. Grotescamente, o governo quer destruir direitos
adquiridos com muita luta, num cenário de empregos cada vez mais
escassos e precários (um desmonte do Estado e dos direitos
trabalhistas que vem a passos largos desde 2016). É como se os
trabalhadores e aposentados fossem os culpados pela péssima política
econômica dos governos.
Chega
ser uma ofensa os políticos defenderem de forma tão veemente a
reforma sem tocar na questão da DÍVIDA do governo.
Segundo
a auditora fiscal aposentada da Receita Federal Maria Lucia Fatorelli
“A
dívida interna passou de R$ 86 bilhões em 1995 para R$ 4 trilhões
em 2015 sem nenhuma relação com investimentos sociais ou na
infra-estrutura, que possuíam outras fontes orçamentárias. Juros
abusivos praticados pelo BC, os maiores do mundo, foram os
responsáveis por brutais déficits nominais. Mecanismos ilegais como
a remuneração diária da sobra de caixas dos bancos são
responsáveis por R$ 1,2 trilhão da dívida. Se o governo quer R$ 1
trilhão, não precisa destruir a Seguridade Social por meio da PEC
6/2019, basta parar de remunerar as sobras de caixa dos bancos”1
Mas essa relação o conglomerado midiático brasileiro (aliada pontual do governo na questão da previdência) esconde do povo brasileiro. Prefere passar a imagem de que sem o fim da previdência pública, o Brasil vai ser manter endividado (mas não dizem a origem desta dívida, que mostramos acima)2. A população encara isso como ruim, pois ninguém quer se endividar; então pensam “melhor o governo não se endividar e gastar mais com saúde, educação e segurança” - enxergam apenas a superfície do problema e não sua raiz. É assim, as vezes de forma muito sutil, que as empresas da mídia querem passar a imagem positiva da “reforma da previdência”. Também não é a toa cada vez mais programas sobre homens e mulheres que passaram dos 60 anos e trabalham, estudam, e vivem a vida com vigor3.
Dentro
dessa pauta da reforma, ainda é preciso citar a criminosa servidão
do Brasil em aceitar as receitas de organismos supranacionais
estrangeiros, tais como o Banco Mundial e o FMI. Esses organismos
propõe a países subdesenvolvidos receitas para “sair da crise”.
Essas receitas obviamente, vem com aqueles termos técnicos (ajuste
fiscal, estabilização monetária, etc.). Em linguagem popular essas
receitas só mantém os mecanismos de controle econômico de países
e corporações internacionais sobre as riquezas produzidas em nosso
país; além de concentrar essas riquezas nas mãos de poucos, que
são os comensais do capitalismo estrangeiro (grandes empresários
nacionais aliados aos sanguessugas estrangeiros das riquezas de nosso
país).
O
Brasil precisa de reformas! Precisa de uma reforma agrária, uma
reforma urbana, uma taxação de lucros e dividendos; taxação das
grandes fortunas, controle sobre os bancos; uma legislação
trabalhista que garanta salários decentes, férias remuneradas e
limite de 6 horas por dia de trabalho; precisa de uma reforma
tributária que não onere os pequenos e médios empresários
enquanto os grandes sonegam suas dívidas com a previdência. Depois
de tudo isso, aí sim, seria mais realista e honesto debater uma
reforma da previdência em nosso país.
* Fábio Melo é historiador, membro fundador do Núcleo de Base Trabalhismo 21, Porto Alegre. Militante na área da educação e radialista.
* Fábio Melo é historiador, membro fundador do Núcleo de Base Trabalhismo 21, Porto Alegre. Militante na área da educação e radialista.
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