Feminismo e libertação nacional
Greice Franco*
Como aproximar mulheres jovens, feministas, de um projeto nacional, sem precisar abraçar práticas de puro "identitarismo" ou ressentimentos?
Falo com todo o cuidado para não ferir ninguém aqui.
Temos que tentar colocar a pauta do Feminismo de forma a relacionar com um programa político para o Brasil.
A verdade é que o Feminismo brasileiro tem que abraçar uma pauta de libertação nacional, parece idealista demais, mas o feminismo andino tem essa perspectiva, por exemplo.
Isso significa que as discussões de experiências subjetivas tem que acabar? Não. Óbvio que não. Mas é preciso incluir essa "nova" perspectiva no Feminismo, enquanto, Movimento.
A grande maioria das feministas do Brasil não conhecem nem a Evita Perón. Pouco sabem das conquistas na Argentina com um governo nacionalista. Ou das práticas do feminismo andino. Esse é um equívoco nosso.
O feminismo que mais circula é o liberal. É esse que reduz em "o problema é o homem". E não toda uma lógica reproduzida, um sistema que beneficia atos cruéis. Do que adianta lutarmos por uma sociedade melhor se vamos dizer somente que o problema é o homem? Ou que ele tem que acabar.
Será mesmo que os pequenos meninos da escola, da creche, aqueles meninos amáveis, queridos, se tornarão obrigatoriamente detestáveis? Atestar isso é mais do que cruel, é discurso de ódio. Desconsidera aí as mães de meninos, desconsidera o potencial da educação para emancipação e libertação. Retira a nossa responsabilidade como sociedade e retira a responsabilidade do Estado. Acaba com uma visualização de uma sociedade melhor.
Se o problema fosse o homem em si, então, deveríamos deixar de lado nossas lutas e desejos por uma vida igualitária e justa. Bastava somente discursar com ódio.
* PDT Caxias do Sul
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