Ao negar racismo no Brasil, Mourão prova que ele existe.
A repugnante declaração do vice-presidente Hamilton Mourão, de que racismo no Brasil não existe, é a mais contundente prova de que o racismo estrutural no Brasil é constante.
Como argumento, Mourão fala da época que estudou nos Estados Unidos, nos anos 1960. Ocorre que, nos Estados Unidos, país que também teve uma longa história escravista, o racismo vinha acompanhado da segregação racial institucionalizada! Ou seja, nos EUA brancos e negros não podiam frequentar os mesmos lugares. A segregação racial, que também ocorreu na África do Sul, torna o racismo mais "visível", ou "perceptível", para aqueles que não sofrem na pele. Aqui no Brasil, o racismo também existe, mas como não houve algo parecido com o segregacionismo institucionalizado, do tipo que houve nos EUA, é comum muitos pensarem que não há racismo.
Mourão, ao negar o racismo no Brasil, prova que nosso racismo estrutural é muito mais perigoso: afinal nega as raízes do problema; dilui o racismo na mentira de que aqui no Brasil existe uma "democracia racial".
A História é uma arma contra essas mentiras divulgadas por governos. Talvez por isso que a disciplina de História seja tão perseguida e vilipendiada nas escolas e universidades.
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