O ridículo espetáculo da Anvisa

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem um papel importante na regulação de medicamentos e alimentos. Contudo, nos últimos meses, a agência tem se prestado a um papel ridículo de dificultar a vacinação no Brasil, principalmente pela influência do governo federal. O mais recente episódio desse papel ridículo é a verdadeira espetacularização da aprovação de uso emergencial das vacinas Coronavac (produzida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan) e AstraZeneca (produzida pelos laboratórios da Universidade de Oxford e Fiocruz). 




Ao longo da pandemia no Brasil, o governo Bolsonaro se mostrou contrário as vacinas; alimentando os seus seguidores conspiracionistas. Bolsonaro desperdiçou recursos, jogou dinheiro público fora, na compra de medicamentos sem nenhuma eficácia contra a COVID-19, tal como a hidroxicloroquina. Enquanto outros países do mundo, inclusive os Estados Unidos, se preparavam para a vacinação, Bolsonaro fez pouco caso e estimulou a dúvida quanto a eficácia das vacinas produzidas. Isso sem falar que a vacina "não será obrigatória": ou seja, para Bolsonaro morrer de COVID-19 é uma opção, desrespeitando e debochando das mais de 200 mil mortes que o Brasil tem. O "ministro da saúde", Eduardo Pazuello, vem se mostrando cada vez mais incompetente e irresponsável, incompatível com o cargo que exerce e no momento extremo que vivemos - Pazuello é eficaz apenas em atender as ordens de Jair Bolsonaro, algo que já custou milhares de vidas.

Enquanto países começaram a vacinação, em dezembro, o governo Bolsonaro com sua influência na Anvisa, dificulta ao máximo a aprovação das vacinas para uso emergencial. Isso ocorre justamente em meio ao colapso em Manaus, onde falta oxigênio para os pacientes internados. Se o governo fosse sério e preocupado com o enfrentamento da pandemia, agilizaria a vacinação com os medicamentos já testados e com resultados, e não criaria uma burocracia inútil que se estende por meses e meses. 

Após o governo fracassar em trazer vacinas da Índia, não restou outra opção a não ser usar os únicos estoques que foram produzidos aqui no Brasil, uma vez que o próprio governo não deu condições de se produzir vacinas em massa; como mencionado acima, Bolsonaro preferiu comprar remédios ineficazes do que investir dinheiro nos laboratórios das universidades federais para produzir vacinas em larga escala.

O governo Bolsonaro, que se elegeu com um discurso contra o aparelhamento político nas instituições públicas, aparelhou a Anvisa de forma com que a autarquia demore na aprovação do uso emergencial. O governo Bolsonaro é responsável pela morte de mais de 200 mil pessoas. O governo Bolsonaro mente descaradamente sobre o COVID-19 e sobre as verdadeiras responsabilidades em coordenar nacionalmente políticas de enfrentamento a pandemia - preferindo jogar suas responsabilidade sobre prefeitos e governadores, criando assim sua narrativa para alegrar seus seguidores mais estúpidos.  

É muito difícil, mas 2022 vai ter eleições. Que as mais de 200 mil famílias que perderam seus parentes na pandemia saibam votar contra Bolsonaro nas eleições do ano que vem, pois ele é o grande responsável pelas mortes. E que votem também contra candidatos de partidos que querem o fim dos serviços públicos: PSDB, MDB, PTB, PSC, PSL, DEM, PP, Republicanos. 











Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PRIVATIZAÇÕES: O Rio Grande do Sul na contramão do mundo.

O ESVAZIAMENTO DO DEBATE POLÍTICO

NEOLIBERALISMO + CHUVAS = DESASTRE