A "utopia liberal" brasileira é uma volta ao passado - querem retroceder 130 anos com as "reformas" administrativa e tributária
Imagine o Brasil sem serviços públicos. Sem escola e creche para seus filhos e filhas. Sem posto de saúde e sem o SUS para atende-lo quando adoece. Imagine o Brasil sem universidades públicas e Institutos Federais. Imagine um Brasil onde o trabalhador não ganha nenhum salário, não tem direito nenhum. Imagine um Brasil onde o servidores públicos são nomeados pelos políticos, e por isso não tem qualquer compromisso com a prestação de serviços para o povo. Imagine um Brasil no qual só quem tem dinheiro pode contratar segurança particular.
Se você conseguiu imaginar esse Brasil a partir do que foi descrito acima, muito bem, você tem ideia do que era o Brasil há mais de 130 anos, numa época conhecida como República Velha, período que se estende da proclamação da república (1889) até a Revolução de 1930.
Tudo isso era a realidade na República Velha. As poucas escolas públicas que tinham eram para os mais ricos; não existia nenhum sistema de saúde, só era atendido por médicos e nos hospitais quem tivesse dinheiro para pagar. As universidades publicas eram poucas e ainda mais restritas às elites, aos muito ricos. Não havia funcionários públicos, eram os políticos que indicavam seus cabos eleitorais para atender a população nas repartições públicas (se o político perdesse as eleições, todos os funcionários eram trocados!). Ou seja, a corrupção, o clientelismo e o suborno eram regras. Na República Velha, trabalhadores idosos e/ou que não podiam mais trabalhar tinham duas opções: ou dependiam da família ou viravam mendigos nas grandes cidades.
Foi com a Revolução de 1930 e o governo de Getúlio Vargas que o Brasil começou a se industrializar. Foi com Getúlio que o Estado brasileiro passou a organizar a economia e a atender as reivindicações populares dos trabalhadores, como melhores salários, previdência social e estabilidade nos empregos, saúde e educação para os mais pobres e classe média. Mas tão logo Getúlio foi deposto da presidência, em 1945, as elites trataram de acabar com os direitos adquiridos pela população.
Assim os salários de trabalhadoras e trabalhadores deixaram de ser justos, o poder de compra diminui a cada ano. A estabilidade foi destruída com o FGTS, durante a ditadura que iniciou em 1964. Muitos dos direitos sociais, como assistência, habitações de qualidade etc. foram se tornando mais restritos para a grande maioria da população. Poucos tinham acesso. Não é a toa que as desigualdades cresceram no Brasil durante as décadas de 1970 e 1980 - e dai até 2003 não pararam de crescer.
Com a constituição de 1988, pensou-se que os direitos que sobraram seriam garantidos e ampliados. Mas foi justamente o contrário! De lá para cá, empresas estatais foram privatizadas, trabalhadores foram terceirizados e precarizados, a previdência sempre passando por desmontes a cada década. Saúde e educação públicas nunca ganham os recursos que merecem. Nos últimos anos, desde o golpe de 2016, a destruição foi ainda maior: as leis trabalhistas (CLT) que sobraram foram destruídas em 2017, gerando mais desemprego e mais precarização do trabalho, além de salários baixíssimos. A previdência social foi vilipendiada em 2019 com o que chamaram erroneamente de "reforma": agora está ainda mais difícil se aposentar. A próxima pauta, reforma administrativa, quer acabar com os serviços públicos e com a estabilidade do servidor, que atende a população que mais precisa e não tem como pagar serviços particulares.
Os atuais representantes desse projeto de destruição do país são os neoliberais: Jairo Bolsonaro, Paulo Guedes, João Dória, Arthur Lira, Rodrigo Pacheco, Eduardo Leite, Sérgio Moro, Luciano Huck entre outros dos partidos PSDB, DEM, PTB, PSC, Solidariedade, PSC, PSL e demais partidos de direita. A Rede Globo e demais emissoras de TV também são comprometidas com esse projeto. Eles querem, na prática, voltar aos tempos da República Velha!
A população brasileira, que em sua ampla maioria já vive em grandes dificuldades, precisa se mobilizar contra essas reformas. Quem depende do SUS e de escolas públicas, precisa defender os serviços públicos e os servidores públicos estáveis!
A população tem o dever de cobrar seus deputados e senadores que se posicionem contra a reforma administrativa e por justiça tributária - quem tem mais que pague mais!
É mentira quando falam que as reformas vão acabar com privilégios! Em 2019 a "reforma da previdência" não acabou com as aposentadorias milionárias de deputados, senadores e membros do Poder Judiciário. Os verdadeiros privilegiados permanecem intocados!
LUTE EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO! LUTE PELOS SERVIDORES PÚBLICOS!
Se os serviços públicos são precários é por culpa dos governos e não dos trabalhadores públicos. Os governos que sucateiam os serviços públicos para a população acreditar que os servidores públicos são "privilegiados".
Reaja! Não deixe a direita destruir o Brasil!
Muito bom! Perfeito relato da nossa atual situação...
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