Está provado: A queda no PIB é consequência de políticas liberais!

O PIB (Produto Interno Bruto) é um índice socioeconômico importante. Ele representa a soma de todos os bens e serviços produzidos nos países em um ano. 

No dia de hoje, 03/03, o IBGE divulgou os resultados do PIB referentes a 2020, ano que a pandemia iniciou. A "surpresa", para os desavisados, foi que o PIB do Brasil caiu 4,1%, o terceiro pior resultado na história. 

Observe a tabela abaixo. Ela mostra o crescimento do PIB ao longo dos anos - de 1962 até 2020. Perceba que os principais períodos de queda foram justamente os períodos nos quais os governos praticaram mais firmemente medidas liberais ou neoliberais! 




Perceba que nas décadas de 1960 e 1970, durante a ditadura, houve crescimento no PIB. Isso ocorreu devido a vários empréstimos que o governo ditatorial brasileiro contraiu de organismos internacionais. Porém, o crescimento do PIB não veio acompanhado com distribuição de renda. Ao contrário, concentrou cada vez mais, aumentando as desigualdades. Resultado: quando o México declarou a moratória de sua dívida, em 1982, desencadeou um "efeito dominó" nos países latino-americanos que igualmente não tinham como pagar. A crise se instalou e atingiu o Brasil que, como se observa no gráfico, teve PIB negativo, com um tímido crescimento apenas entre 1983 e 1984. Os economistas a serviços da ditadura, não conseguiram resolver o problema e deixaram a economia brasileira em ruínas, apesar da propaganda oficial. 

Após a ditadura veio a tão esperada democracia. No início da décadas de 1990 houve mais uma queda no PIB (veja o gráfico). Quem era o presidente na época? Fernando Collor, que tinha sua agenda neoliberal. Collor começou as privatizações, arroxou salários e confiscou poupanças de brasileiras e brasileiros. O resultado foi mais uma queda no PIB em 1992, e mais crise.

O que deu "fôlego" para a economia brasileira foi a criação do Plano Real. No restante da década, o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) conseguiu manter o neoliberalismo, privatizou mais patrimônio público (como a mineradora Vale), mas manteve o PIB com crescimento razoável, pois começou algumas tímidas políticas sociais, que foram continuadas nos governos Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff, ambos do PT. Veja que em 2010 o PIB brasileiro teve uma leve queda. Isso foi decorrente da crise de 2008, quando a China parou temporariamente de comprar nossas commodities. 

Apesar de grandes críticas e dos movimentos de 2013, Dilma se reelegeu em 2014. E ao invés de adotar uma política mais popular e radical em direção contrária ao neoliberalismo, ela adotou justamente a agenda econômica do partido que havia derrotado nas eleições (o PSDB). Dilma nomeou para ministro da fazenda o Chicago Boy Joaquim Levy, da turma de Paulo Guedes. Foi nessa época que começou o debate sobre o "ajuste fiscal", que propunha cortar investimentos públicos (algo notadamente neoliberal). Levy acabou não ficando tanto tempo como ministro, saiu ainda em 2015. Mas a porta para os abutres da economia brasileira se abriu e a agenda elitista de acabar com programas sociais foi a tônica do debate. O substituto de Levy, Nelson Barbosa, embora tentasse conter os danos, não conseguiu - Dilma sofreu impeachment ainda em 2016. O PIB nesta época, 2014 a 2016, como se observa no gráfico, também despencou.

Michel Temer (MDB), que assumiu após o afastamento de Dilma, colocou em prática algumas medidas neoliberais como a PEC do "teto de gastos", que impede investimentos públicos, e a "reforma" trabalhista de 2017, que acabou com direitos trabalhistas e esvaziou sindicatos.

Os resultados dessas políticas de Temer, seguidas por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro, são as quedas no PIB observados no ano de 2020.

Os dados de 2020, só confirmam a tendência: quanto mais a política econômica (neo)liberal é aplicada no Brasil, menos o PIB cresce; menos emprego, menos renda, menos estabilidade, menos poupança e menos investimento. Paulo Guedes, o proxeneta do mercado financeiro, jamais vai tirar o Brasil da crise, pois ele lucra com ela. O problema são as políticas que investem na população, que não criam empregos e estabilidade para o povo. 

Mas também não adianta PIB alto se não houver de riquezas para a população. E a tendência do gráfico aponta isso. Se nossa economia tivesse trabalhadores estáveis, com bons salários e capazes de planejar compras a longo prazo e fazer boas poupanças, nosso país não ficaria tão vulnerável às variações da economia internacional. O problema é que entra governo, sai governo, as políticas que seguem destruído a economia brasileira, e jogando milhões na miséria, no desemprego e na informalidade sem nenhuma perspectiva de estabilidade.

Somente um Estado de bem-estar social é capaz de manter nossa economia. Essa é a receita!

Não adianta matar as pessoas de fome esperando o "bolo" crescer para depois repartir as migalhas com o povo. É preciso tirar a fome das pessoas enquanto o "bolo" cresce e isso só é possível com amplas políticas sociais promovidas pelo Estado. E após o "bolo" crescer é preciso reparti-lo de forma justa e não deixar apenas migalhas para os trabalhadores.






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