A Verdadeira Nova Política

 Ivonei "Potter" Lorenzi*


Todo candidato que tenta se apresentar com uma roupagem de nova política, traz como "novidade" as privatizações, e as parcerias público-privadas como proposta eleitoral e de governo para o Brasil. Sobre essa proposta paira a demagogia já que a maioria do eleitorado não tem real parâmetro de análise para avaliar quais os efeitos e as consequências a eles associadas.

Desde o governo Collor a privatização, ou concessão como alguns dizem, norteia a política nacional brasileira. No governo subalterno ao Consenso de Washington, de Fernando Henrique Cardoso, as privatizações constituíram um dos seus nortes, tendo a Companhia Vale do Rio Doce como uma das grandes privatizações da época.

Nos governos petistas nada mudou, e foi um período em que as PPP`s foram práticas comuns nas administrações municipais. Com Michel Temer e sua equipe formada por figuras marcadas, assumindo o governo em 2016, o ideal privatista ganhou mais força e se consolidou com a vitória de Jair Bolsonaro e Paulo “Pinochet” Guedes.

Reestatização, criação de estatais em áreas estratégicas, assim como, taxação de grandes fortunas e aumento da alíquota do imposto sobre herança, são temas pouco debatidos nos períodos eleitorais, e quando trazidos à tona, é feito apenas por candidatos com poucas chances de vitória.

O ideal de fortalecimento do Estado Nacional brasileiro teve seu último suspiro, por incrível que pareça, na ditadura militar durante o governo Ernesto Geisel. Após, o Brasil guinou de vez para o liberalismo econômico e dele nunca mais saiu. Com os governos petistas tivemos um viés social e de inclusão das minorais no ensino superior e nas cadeias de consumo. Uma ruptura com o neoliberalismo não chegou nem perto de acontecer, pois programas como o “bolsa-família” e o ENEM são de caráter liberal.

Uma proposta de fortalecimento da indústria nacional, salário-mínimo digno e criação de estatais em áreas estratégicas e nos setores tecnológicos, para auxiliar as empresas brasileiras, e na área de defesa, são propostas genuínas de uma nova política. Ademais, o que sobra é engodo de politico profissional neoliberal.


* Acadêmico de História. Trabalhismo21 - Caxias do Sul.





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