OS GOVERNOS JOGAM AS SUAS RESPONSABILIDADES PARA AS ESCOLAS!

Desde o início da pandemia tem se debatido o abismo de desigualdade na educação brasileira. Escolas foram fechadas em todo Brasil para evitar a disseminação da COVID-19.

Passado mais de um ano, os índices de morte por COVID-19 no Brasil são os mais altos no mundo. Ainda assim, muitos governos insistem em reabrir as escolas, mesmo que todos os especialistas digam todo os dias que é preciso mais restrições.

Nesta sexta-feira, dia 23 de abril, o governador Eduardo Leite (PSDB) emitiu decreto que permite o retorno da aulas presenciais nos municípios que adotaram o modelo de "cogestão". A cogestão em si já é problemática, mas a reabertura das escolas é o reflexo direto da falência dos governos em adotar políticas mais igualitárias na educação.

Em mais de um ano de pandemia, os governos estaduais e municipais não criaram políticas públicas para garantir acesso de qualidade na educação remota. Não deram internet nem aparelhos celulares ou tablets para alunos que precisam dessas ferramentas para acompanhar os estudos. 

Os governos não se preocuparam em dar comida para as crianças e suas famílias, evitando a fome. Os governos não criaram políticas de renda para evitar que pessoas saiam de casa. Os governos não se preocuparam com as moradias precárias ou se as famílias das periferias das cidades tem saneamento básico para seguir as orientações de lavar as mãos. 

Agora, os governos que não se preocuparam com as pessoas, com as famílias carentes e seus filhos, alegam que as escolas abertas vão suprir essas necessidades! Ou seja, mais uma vez os governos vão jogar para as escolas responsabilidades que são dos governos. Não fizeram nada para suprir as carências de milhares de famílias, mas querem que as escolas supram todas essas carências: alimento, acolhimento, segurança entre outras. Mais uma vez, vai sobrar para os professores, que já estão sobrecarregados com as atividades remotas - trabalhando muito mais do que no presencial. Professores que são a linha de frente da educação, mas nem ao menos foram vacinados! 

Se educação é prioridade, porque os professores não são? Professores que se reuniram presencialmente em alguns municípios contraíram COVID-19 e morreram. Mas os governos neoliberais os tratam como "coisas": se um professor ou professora morre, é só substituir por outro. 

As escolas de periferia sempre acolheram, alimentaram e mantiveram as crianças seguras. Mas neste momento extremo de pandemia, os governos não podem abrir mão de suas responsabilidades e simplesmente jogá-las para as escolas - que na maioria das vezes já tem estruturas precárias.


É DEVER DOS GOVERNOS ASSEGURAR AS PESSOAS ALIMENTO, RENDA E MORADIA!





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