Biden Não é o Mocinho
Ivonei "Potter" Lorenzi*
Achar que apenas o Partido Republicano governa os EUA com uma visão imperialista e de intervenção no Oriente Médio é um grande erro de interpretação. Primeiro que, tanto democratas como republicanos defendem os projetos das grandes corporações que os financiam; e segundo que, mesmo no governo Obama aconteceu uma fracassada intervenção na Síria e a criação do Estado Islâmico como reflexo.
Joe Biden, vendido pela mídia tucana-liberal paulista como um líder defensor da economia de mercado e das intuições democráticas, com um viés progressista nos costumes, ou por ter Kamala Harris na posição de vice, não o credencia como alguém diferenciado no engôdo da bipolarização política estadunidense. Enquanto Trump vocifera para manter sua base nacional populista fortalecida, Biden cuida do avanço armamentista e dos conflitos no exterior.
Biden não tem o compromisso de acabar com o criminoso bloqueio econômico imposto a Cuba, antes pelo contrário, submete o país centro-americano a ataques concebidos em Langley para promover uma oposição antinacionalista com a finalidade de desestabilizar o governo cubano.
Não era um republicano que estava à frente dos EUA quando houve a fracassada tentativa de invasão na Baia dos Porcos, e sim um democrata com ar de novidade e bom-mocismo (Kennedy).
Não foi um “brucutu” a la Trump que auxiliou a extrema-direita ucraniana a dar um golpe de estado em 2014, também foi um democrata com ar de novidade e bom-mocismo (Obama).
Apenas meia-dúzia de olavistas, dotados de pouco estudo ou falta de honestidade intelectual, para taxar Biden de comunista. Ele é um fiel soldado do rentismo internacional e dos interesses das grandes corporações estadunidenses que se associa à propaganda do neoliberalismo vendida para o terceiro mundo.
* Acadêmico de História. Trabalhismo 21 - Caxias do Sul.
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