Cultura é Projeto de Nação

 Ivonei "Potter" Lorenzi*

Há quem acredite que nos EUA há pouca ou quase nenhuma intervenção do governo em áreas que não consideradas essenciais como segurança, educação e saúde. Na área da cultura o argumento é que os Estados Unidos importam cultura pop, cinema e literatura, sem a existência de um órgão estatal como o nosso antigo Ministério da Cultura (hoje uma secretaria).

Essa visão é muito limitada, pois o governo estadunidense interveio sim para importar e disseminar cultura sua cultura. Nos 40, o governo utilizou a Disney para sua política de boa vizinhança com os países sul-americanos, também como propaganda de guerra contra os nazistas e japoneses no período da Segunda Guerra Mundial.

Nos anos 60 e 70 o governo estadunidense percebeu que a rebeldia de uma juventude que pregava a liberdade e repudiava a guerra poderia ser útil para sua propaganda política do liberalismo econômico e fortalecimento do american way of life.

Na educação, há um incentivo desde a tenra idade na prática de oficinas de teatro, ajudando as crianças a trabalharem sua timidez e assim as preparando para o mundo dos negócios.

Nos EUA, Japão, Coreia do Sul, e nas democracias liberais europeias o poder público e o privado andam juntos com projetos de nação e poder mundial. Não caiam nas falácias neoliberais que esses mesmos países contam para nos do terceiro mundo!

O Brasil precisa de políticas públicas de incentivo à cultura, principalmente no nível municipal cabendo às prefeituras o dever de investir nessa área. Cultura é essencial para um povo ser livre. Precisamos de um Ministério da Cultura, e de secretarias municipais de cultura, fortalecidos, e com a devida fiscalização, apoio popular, e participação dos profissionais da cultura.

* Acadêmico de História. Trabalhismo 21 - Caxias do Sul.