SE NÃO FOSSE O ESTADO NÃO HAVERIA INTERNET NEM SMARTPHONES

Fábio Melo*

É difícil para os liberalóides privatistas admitirem, mas se não fossem investimentos públicos, captados e orientados através do Estado, não haveria internet nem os smartphones. E o livro "O Estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público vs. setor privado", da economista Mariana Mazzucato (São Paulo. Editora Portfolio-Penguin, 2014), traz essas e outras histórias de como os principais desenvolvimentos tecnológicos dos últimos tempos só foi possível graças à "mão visível do Estado".

"A maioria das inovações radicais, revolucionárias, que alimentaram a dinâmica do capitalismo - das ferrovias à internet, até a nanotecnologia e farmacêutica modernas - aponta para o Estado na origem dos investimentos 'empreendedores' mais corajosos, incipientes e de capital intensivo. [...] Todas as tecnologias que tornaram o iPhone de Jobs tão 'inteligente' [smart] foram financiados pelo governo (internet, GPS, telas sensíveis ao toque [touch-screen] e até o recente comando de voz conhecido como SIRI). Tais investimentos radicais - que embutiram uma grande incerteza - não aconteceram graças a investidores capitalistas ou 'gênios de fundo de quintal'. foi a mão visível do Estado que fez essas inovações acontecerem. inovações que não teriam ocorrido se ficássemos esperando que o "mercado" e o setor comercial fizessem sozinhos - ou que o governo simplesmente ficasse de lado e fornecesse o básico." (página 26).

Isso nos faz pensar no que está por trás de políticas privatistas como as de Eduardo Leite, Jair Bolsonaro/Paulo Guedes, entre outros lacaios do capital financeiro. O que está por trás é uma lógica perversa: para eles o Estado deve arcar com as despesas para que uma centena de capitalistas lucrem. É isso! Sem mais! Os liberalóides criam as narraivas de que Estado é "lento", "burocrático", "ruim de negócio" para oferecer à população soluções privadas - não raro essas soluções privadas vem de empresas ligadas a esses políticos neoliberais (claro!).

Privatização dos lucros, socialização dos prejuízos!

Pense bem quando algum político oferecer privatizações como única solução para empresas que fazem parte do patrimônio público. Quem lucra com as privatizações são poucos e quem sofre o prejuízo é você, cidadão e cidadão que paga a conta!

O que um país como o Brasil precisa é de investimentos públicos em empresas públicas! Se a história mostra que sem o Estado tecnologias inovadoras não seriam possíveis, por que ainda acreditar em "mitos" sobre a iniciativa privada como salvadora e inovadora? 

Aliás, foi por acreditar em "mitos" que o Brasil mergulhou no atual caos social que vivenciamos...

Sabendo dessa mentira que são as privatizações, faça sua parte. Vote no plebiscito popular sobre as privatizações no Rio Grande do Sul, acessando o link: https://decidimrs.com.br

Privatizar é uma farsa!

* Historiador. Membro do Núcleo de Base Trabalhismo 21 - Porto Alegre.