NEOLIBERALISMO X DESENVOLVIMENTO: o verdadeiro debate das eleições de 2022

 Fábio Melo*


A mídia porca, como sempre, diz que há "três vias" eleitorais em disputa neste ano de eleições. Mas vamos ser sinceros e honestos: só há DUAS vias eleitorais - o velho e estúpido neoliberalismo (com suas várias matizes narrativas) e o desenvolvimento. 

No campo neoliberal estão grande parte dos pré-candidatos com maior destaque nas mídias: Lula, João Dória, Eduardo Leite, Sérgio Moro e Jair Bolsonaro. Embora cada um tenha seu viés, todos eles representam o neoliberalismo - Lula um social-liberal que não está dispostos a mexer na matriz econômica, que ele próprio consolidou em seus governos; Leite, Moro, Dória e Bolsonaro representam o neoliberalismo radical, no qual o governo deve apenas ajudar a manter uma centena de ricos empresários, enquanto as políticas sociais devem se resumir a migalhas de "auxílios periódicos", que não tocam nas estruturas da desigualdade. Porém, Dória/Moro/Leite se colocam como os "bons moços" do neoliberalismo; enquanto Bolsonaro e seu time não tem vergonha de dizer o que realmente pensam. 

No campo do desenvolvimento, Ciro Gomes e o PDT estão praticamente sozinhos. Único candidato que apresenta um robusto projeto de desenvolvimento nacional, Ciro tem a desconfiança tanto de uma direita que parasita a máquina governamental há décadas, quanto de uma esquerda, que se diz mais radicalizada, mas por não ter nenhuma relevância eleitoral, lançará seus próprios candidatos e num eventual segundo turno poderá se jogar no neoliberalismo "social" lulista. 

Eis aí o verdadeiro debate que é preciso colocar sobre as eleições deste ano. De um lado a manutenção de um sistema que acabou com as leis trabalhistas, com qualquer possibilidade de reforma social e que pretende manter os mais pobres reféns de auxílios, sem a perspectiva de ir além disso. De outro lado, um projeto de desenvolvimento, que pretende criar empregos e ao mesmo tempo dar leis sociais, avançar em questões como educação, ciência e tecnologia e botar um freio na farra do capital financeiro, que faz nosso povo sangrar enquanto reféns dos bancos.

Também é preciso lembrar que não basta eleger o presidente, mas precisamos reforçar a importância de elegermos deputados, senadores e governadores que mais se aproximem do projeto de desenvolvimento.  

Diante deste verdadeiro cenário, de qual lado você está?


* Historiador. Núcleo Trabalhismo 21 -  Porto Alegre.





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