A VERDADEIRA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL!

Fábio Melo *


Em 2022 lembramos o bicentenário da independência política do Brasil de Portugal. Passados 200 anos da emancipação e criação do país, podemos nos perguntar: somos, de fato, um país independente?

Uma breve análise histórica e econômica do Brasil nos dá a resposta definitiva: Ainda não alcançamos a independência completa.

Só para recordarmos algumas lições da história. O Brasil foi colonizado para servir mercados europeus. Nossos produtos tropicais, a madeira do pau-brasil, o açúcar, o café, e os minérios, tais como o ouro e o ferro, eram produzidos e/ou extraídos para mercados além das nossas fronteiras. O Brasil, desde sempre, foi uma "veia aberta da América Latina", destinado a suprir os colonizadores - e atualmente os países desenvolvidos. 

Apesar desta triste configuração histórica, houve momentos de resistência. Em nossa história, tivemos aqueles que pensaram a possibilidade do Brasil como um Estado-nação que, primeiramente, servisse nossa gente, proporcionando o bem-estar social. No século XIX temos, por exemplo, o revolucionário Cipriano Barata. No século XX tivemos o trabalhismo.

Getúlio, Jango, Brizola e Darcy pensaram um país verdadeiramente independente. Preocupado em criar boas condições de vida para a sua população - afinal é isso que os países mais avançados no capitalismo criaram para seu povo (claro que as custas da exploração de outros países). 

Um país verdadeiramente independente não é aquele que atrai multinacionais, que faz os bancos lucrarem bilhões por ano ou que privatizam suas estatais por esmolas. Um país verdadeiramente independente é aquele que oferece pro seu povo boa saúde, educação, renda, moradia, terra; que promove uma justa distribuição de renda. E no nosso Brasil ainda não foram realizadas uma reforma agrária, urbana, política, educacional etc. O mais próximo que se chegou disso foram as Reforma de Base no inicio da década de 1960, mas que foram impedidas de se realizar graças aos golpistas de plantão.

Nas últimas décadas, o que se viu foi um verdadeiro desmonte do Brasil. O social-liberalismo do PT, que não mexeu nas estruturas do país por medo e sede de poder, e o neoliberalismo radical de Temer e Bolsonaro destruíram nosso país. A reconstrução passa, obrigatoriamente, por um projeto nacional de desenvolvimento, que o PDT e seu candidato Ciro Gomes representam.

Contudo, esse projeto de Ciro ainda é muito tímido. Mas é o primeiro passo para um projeto mais amplo do trabalhismo, que deve botar em prática as verdadeiras reformas que o Brasil precisa.

Que neste ano do bicentenário da independência do Brasil, marque o início da reconstrução nacional, baseada num arrojado projeto nacional de desenvolvimento.

Independência sem justiça social é uma farsa!


* Historiador. Trabalhismo 21 - Porto Alegre. 









Comentários

  1. Muito bom!!! Que este ano seja o da esperança de dias melhores para a nação!

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