PRIVATIZAÇÕES: O Rio Grande do Sul na contramão do mundo.
Parece repetido, mas não é. Uma tempestade violenta causa destruição, alagamentos e deixa milhares de pessoas sem luz e água. Foi exatamente isso que aconteceu no RS na noite do dia 16 de janeiro de 2024.
Está sendo cada vez mais recorrente eventos naturais extremos, como temporais acompanhados de ventos que alcançam os 100km/h. E diante desses eventos, fica cada vez mais evidente a incompetência e incapacidade de serviços privatizados, principalmente o de luz.
A antiga CEEE foi privatizada em 2021 pelo governo de Eduardo Leite (PSDB) para o grupo Equatorial. De lá para cá, a empresa só dá prejuízo para os cidadãos das áreas que atende, como é o caso de Porto Alegre. A cada temporal, milhares de consumidores ficam sem energia, prejudicando comércio e até estoque de alimentos; também há dificuldade em se comunicar pela rede de internet. E pior: sem energia elétrica muita gente também fica sem água - pois o bombeamento depende de energia elétrica para chegar nas residências.
Pelo menos desde junho de 2023 o estado vem sendo atingido por eventos climáticos extremos, como ciclones e ventos fortes, de lá para cá nada mudou por parte da Equatorial: será que a Equatorial em quase um ano de tempestades não foi capaz de se precaver? Não foi capaz se contratar gente pra dar conta da demanda? Não foi capaz de avaliar a estrutura da rede elétrica do estado e fazer um plano para evitar todos esses transtornos? Não foi capaz de mapear as áreas críticas? A resposta é: NÃO! A Equatorial não foi e não é capaz de prestar um bom serviço porque simplesmente é uma empresa privada, que visa o lucro e não serviços de qualidade.
No capitalismo há uma lógica de parasitismo entre empresas privadas e o Estado. Há cerca de 70 anos atrás, a empresa que produzia, distribuía e fornecia energia elétrica no RS era privada, a estadunidense chamada Eletric Bond & Share que operava a eletrificação. Porém, a empresa dava mais prejuízos do que prestava bons serviços. E mais, a empresa dificultava a eletrificação da indústria no RS, justamente para manter o estado "subdesenvolvido". Foi o governador Leonel Brizola que estatizou a empresa em 1961, criando a antiga CEEE.
Ou seja, grupos privados, de tempos em tempos, adquirem empresas públicas para lucrar. Depois de certo tempo, a empresa deixa de dar tantos lucros e os governos são praticamente obrigados a (re)estatizá-las - e não raro cabe ao público (o Estado) modernizar a infraestrutura das empresas, que muitas vezes ficam defasadas por falta de investimentos enquanto eram propriedade privada.
Curioso é que, diferente do que ocorre aqui no RS, os países mais avançados do capitalismo estão reestatizando diversos serviços públicos. Leia os artigos abaixo para saber mais:
https://www.sinjusc.org.br/o-futuro-e-publico-a-onda-mundial-de-reestatizacoes-no-seculo-21/
https://sintec-rs.com.br/paises-desenvolvidos-reestatizaram-mais-de-1-400-servicos-privatizados/
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